O CEMIP recebeu a doação de um Ensaio em madeira Peroba da Medalha Calendário, originalmente gravada em 1867 em homenagem à Família Imperial Brasileira. Foram cunhadas por Pedro Pinto Balsemão, 50 unidades, numeradas e catalogadas, descritas em artigo publicado na Revista Numismática da Sociedade Numismática Brasileira, Ano XI, nº 1-4 de 1943 – São Paulo-SP. O artigo de Nilza Botelho, pesquisadora do Museu Histórico Nacional, traz a descrição detalhada da Medalha que é uma das mais interessantes da série Brasileira. A peça original é de autoria do emérito gravador Cristiano Luter, composta quase que na sua totalidade por inscrições minúsculas.
Pedro Pinto Balsemão durante o Encontro do Clube Filatélico e Numismático de Taquara-RS em abril de 2015, e sua peça em Peroba.
No anverso encontramos as datas das festividades religiosas móveis e fixas, além do cômputo eclesiástico do ano de 1867. É possível notar os dias de domingos, de grande e pequena gala na Côrte Imperial.
Além dos eclipses e de um quadro com as fases e horas da saída da lua, dias, horas e minutos da entrada do Sol no zodíaco, o reverso nos mostra também as datas nacionais mais importantes, as principais batalhas em que o Brasil tornou-se vitorioso no Prata e os dias mais festivos da Família Imperial.
A peça produzida por Balsemão é fidedigna da original. Possui diâmetro de 43mm. Junto com a Medalha vieram algumas reprografias de artigos e exemplares de suas publicações. O livreto: Estudando as Moedas no ano 2000, que é um estudo sobre a moeda brasileira e catálogo de réplicas numeradas. Também o livro: Balsemão Gravador Catálogo 2005 – Ensaios, Réplicas e Medalhas. Neste outro trabalho o autor divulga as cunhagens a partir do ano de 1996. São 92 peças que Balsemão gravou e cunhou neste período.
Pedro Pinto Balsemão nasceu em 1931, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul – Brasil. Criou-se manuseando as moedas de Mil Réis. Em 1942, então com 11 anos e cursando o 3° ano primário, assistiu a reforma monetária que mudou o padrão Réis para o Cruzeiro. Em 1967 já adulto, Balsemão ainda não se interessava pelas moedas. As mudanças no monetário brasileiro foi o que despertou sua atenção: “daí vieram diversas reformas em nosso dinheiro e em 1989, como que num estalo, lá estava eu com uma porção de moedas a observá-las quando então, fui em busca de suas histórias. Foi aí que tudo começou. Desde então, não teve mais um dia em que não me envolvesse de uma maneira ou de outra com nossas moedas. Me filiei então a algumas entidades ligadas ao colecionismo. Já em 1995, organizei uma exposição na sede do Banco do Brasil, na cidade de São Leopoldo – RS, onde estive radicado por muitos anos. Viajei por algumas cidades do nosso interior, com esta exposição, mostrando aos interessados o nosso dinheiro, o dinheiro do Brasil. Está hoje esta vitrine fixada no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, na mesma cidade, pois assim decidi, lá seria o seu lugar doravante. Hoje me intitulo colecionador das moedas brasileiras e estudioso de toda sua história.”
Balsemão é gravador profissional (autodidata), estabelecido desde 1952 na cidade de São Leopoldo. Hoje está aposentado e é assim que encontra mais tempo para se dedicar ao que eu mais gosta de fazer: cunhar moedas e medalhas raras. Em 2005 editou o Catálogo de Ensaios, Réplicas e Medalhas, e que segundo o autor “(…) Ali publiquei todos os meus trabalhos até Novembro de 2004. Foi justamente aí que passei a ser mais conhecido tanto como colecionador como gravador de réplicas.”
Pedro pretende se comunicar com o mundo via internet, para passar suas experiências como curioso e pesquisador do tema Numismático. Pretende editar seguidamente textos informativos para: “provocar meus companheiros e colegas, esperando naturalmente ser entendido, aguardando sempre manifestações e opiniões a respeito.”
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