Em 2014 o Centro de Memória e Informação recebeu para análise das condições físico-químicas um rolo de filme Pathé Baby de bitola 9,5mm, proveniente do Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre. O resultado do laudo apresentou sinais de deterioramento da emulsão na película.
Este fato indicou a necessidade de intervenção imediata para resguardar as imagens e possibilitar o acesso ao conteúdo. O material estava guardado junto a alguns documentos e fora achado pela arquivista e historiógrafa Vanessa Gomes de Campos do Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre.
O filme foi levado para Portugal onde foi submetido ao processo de Telecinagem, que é a migração das imagens analógicas para digitais. A supervisão técnica ficou a cargo do diretor do CEMIP, Yuri Victorino. Posteriormente no Brasil as imagens foram tratadas digitalmente ganhando nitidez e contraste. No mês de março de 2015 foi feita a entrega do original e do material restaurado ao Padre Carlos José Monteiro Steffen, diretor do AHCMPA. Para este ano de 2015 o CEMIP deve produzir o projeto de roteiro para a criação de um documentário sobre a construção da Catedral Metropolitana de Porto Alegre.
As imagens acima mostram o momento da entrega do material pelo diretor do CEMIP Yuri Victorino para o Pe. Carlos do AHCMPA. O DVD assim como uma cópia de segurança foram acondicionados em caixa, que buscou retratar a época do original Pathé Baby de 1930. O Box foi lacrado com o selo do CEMIP confeccionado em cera lacre. Para tanto foi utilizado o sinete do CEMIP com o slogan do Centro: Promovendo o futuro, preservando o passado, encimado com o brasão da instituição.
O Cine Pathé surgiu da necessidade de produzir em grande escala um aparelho amador de cinema. O resultado foi a surpreendente bitola de 9,5mm, feita a partir de 3 cortes sobre a película de 35mm, formato profissional do cinema nos anos 1930. Filmava-se mais com menos espaço, gerando economia de material. E para não sacrificar tanto a largura do quadro, causado pela redução do tamanho do fotograma, os irmãos Pathé trouxeram uma das inovações mais estranhas da história do cinema: perfurações no meio da película. Um furo entre cada frame. Batizada de Pathé Baby, a máquina foi lançada em 1922. A imagem abaixo é do filme original tratado pelo CEMIP para o AHCMPA.
O filme é o suporte onde é registrada a imagem. É composto de uma base de material flexível e transparente, que no caso do 9,5mm da década de 1930 é de acetato de celuloide. Sobre esta base é aplicada uma emulsão composta de gelatina com sais de prata em suspensão. Na emulsão é onde a imagem se forma. Sem ela não há o que se visualizar. Daí a necessidade de intervir quando o material entra em algum tipo de síndrome. Do contrário se perde qualquer possibilidade de visualização, alega Yuri Victorino.
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